sábado, 25 de fevereiro de 2012

O ministro rufia

Evidentemente que quero falar do ministro adjunto e dos assuntos parlamentares...ladies and gentlemen!!!!!!!!!!!!!!...Miguel Relvas,o RUFIA!!!!!!!!!!!!! Todos os governos têm um rufia de serviço,uma espécie de brigão que sai a terreiro a dizer coisas desagradáveis,quando se trata de retorquir às oposições,assim como os malcriadões que dizem obscenidades quando a coisa lhes corre mal.O Partido Socialista teve recentemente no cargo,Augusto Santos Silva que se saía às mil maravilhas,o PSD tem na actualidade,o inefável Miguel Relvas.Só que este é refinado,é frio, cortante,calculista,e sobretudo é de uma arrogância e provocação patológicas.Trata-se de um exemplar de uma geração de políticos(????????????) a que chamaremos com benevolência,políticos do cuspo,isso mesmo,do cuspo,porque são exclusivamente feitos nas máquinas partidárias,conhecem superficialmente a realidade do país e das populações,estão na política pelo carreirismo, pelos lugares,o substrato ideológico do que pensam e dizem é pouco ou nenhum,são assim como as coisas coladas com cuspo,sem consistência,atamancadas.Diga-se de passagem que por toda a Europa é assim,o que também explica o buraco onde estamos metidos.Voltando ao Relvas,quando fala parece que toda a gente lhe deve e ninguém lhe paga,fala como se estivesse zangado com este povo de mandriões e gastadores,que merece ser punido pelos desaforos cometidos antes dele,Relvas,qual figura paterna que nos castiga para sermos uns homens.Tem a boca sempre cheia de austeridade,de trabalho,como se ele fosse o exemplo vivo da perfeição,do sublime,no entanto uma consulta rápida ao seu curriculum,chega para sabermos que tudo o que fez na vida foi promovido pelo partido,foi na protecção aconchegante do PSD.Assim também todos nós,um gajo vai para a juventude social democrata,vai andando por lá e passados uns anos é ministro,e é com este capital de experiência profunda no duro,que o Relvas tem a moral para nos repreender e para ser provocador com os autarcas que resolveram dar tolerância de ponto na 3ªfeira de carnaval.O ministro teve o desplante provocatório de dizer na TV que de entre os autarcas que fizeram feriado no carnaval, se contavam muitos cujas câmaras pagavam tarde e a más horas aos fornecedores,como se o governo central onde se trabalha afincadamente, pagasse pontualmente aos seus fornecedores,que o digam as farmácias.Relvas acha que pode humilhar publicamente o poder autárquico,fazer chacota da independência de decisão dos autarcas nas suas circunscrições,Relvas concede-se o direito de achar uma data de coisas beras,daqueles que perto das populações,conhecedores da realidade profunda deste país,o foram fazendo ao longo das últimas décadas.Já aquela do Passos Coelho, de que quando da negociação do empréstimo em 2011,estávamos nós a gozar o carnaval e os funcionários da troika a trabalhar no ministério da finanças,foi má,mas esta do Relvas é pior,é pior pelo tom rancoroso com que foi dito,é pior por querer minar a confiança nas autarquias,é pior por visar a prazo créditos para o governo por ter introduzido essa desconfiança.Miguel Relvas é o Mefistófeles deste governo, e nós corremos o risco de de ser o Dr. Fausto desta tragédia, se não nos pusermos a pau. Ps.Nestes desabafos, quando me refiro a pessoas concretas, nunca se pretende atingir a pessoa cidadão,o ser humano,mas sim o que representam no protagonismo dos seus cargos públicos ou privados. jotacmarques

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

AS GERAÇÕES DOCES

Todos os dias acontece encontrar-me com pessoas jovens,das gerações mais recentes,no café,no transito,aos balcões dos mais variados estabelecimentos comerciais,nas clínicas,enfim, em toda a parte.Julgo que isto faz parte da vida quotidiana de todos,já ter amigos muito mais novos parece-me menos vulgar,felizmente tenho alguns.Gosto de ter amizades entre a gente mais nova,não num exercício de espanta velhice,de ser modernaço através do outro,mas porque gosto de gente,nova,velha,assim assim,não interessa,gosto sem preconceitos,ponto! É com malta da idade dos meus filhos,vintes e trintas,que mais me dou,e é transversal uma característica em quase todos eles...a doçura!Não encontro outra palavra para exprimir esta impressão,tentei simpatia,gentileza,etc,mas não é isso,é muito mais,é como tomar duche,é reconfortante,inunda,estar com esta gente acrescenta esta sensação de bem estar,de baixa agressividade,mesmo os energúmenos das escolas,os malcriadões de serviço,os bobos da turma que atormentam os professores,fora do meio são muito diferentes,na maioria portam-se como as pessoas normais.Doce,pare-me a palavra mais adequada para estas gerações!Em contrapartida,não são capazes de se revoltar contra as iniquidades de que são vítimas,não faz parte do seu código comportamental.O desemprego neste segmento da população atinge uns impressionantes 35%,e eles nada ou pouco,resignam-se,os que trabalham recebem na generalidade ordenados merdosos,ou estão em estágios à borla,claro está que os empregadores abotoam-se às mais valias geradas,uma coisa vergonhosa,e eles os mais novos,nada,nadenques,aguentam calados que é serviço.E por aí fora,numa resignação dolorosa,numa falta de luz ao fim do túnel,que aniquila a esperança e a confiança no futuro. Gosto muito da doçura destes putos,mas atormenta-me a sua passividade,queria que eles lutassem pela sua dignidade social,que resolvessem individualmente as suas vidas,ok,está certo,mas que fossem mais gregários para além das festas e dos copos,na defesa de uma sociedade mais equitativa e equilibrada,assumindo agora e já,atitudes mais agressivas e colectivas de indignação,de protesto. jotacmarques

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A HISTÓRIA REPETE-SE?

Atenas refaz-se da destruição de há dias,bancos,cinemas,semáforos,lojas,tudo foi na voragem da violência que se desencadeou durante as manifestações de protesto no domingo passado.Na mesma altura em que se desenvolviam os protestos,no parlamento grego aprovavam o novo pacote de austeridade.Na Grécia vive-se um estado pré-insurrecional,e a continuar assim, caminha-se a passos largos para a insurreição generalizada.A extrema direita tira partido da situação,colocando-se do lado dos que são vítimas das implacáveis medidas de austeridade,numa manobra cínica e dissimulada,sobejamente conhecida no passado histórico recente do século XX.Aconteceu na Alemanha da republica de Weimar,quando os nazis creditaram a seu favor o descontentamento geral do povo,subjugado a uma inflação delirante,com os produtos da vida quotidiana a custarem milhões de marcos,num país deprimido e humilhado pelas insuportáveis indemnizações de guerra, estabelecidas pelos países vencedores da 1ªGuerra mundial.Também na Alemanha desse tempo o clima era de pré-insurreição,com enormes manifestações,com violência entre opositores políticos,com tentativas de golpes de estado, como foi a tentativa falhada dos nazis,com Hitler a acabar na prisão.A História não se repete,é um facto,mas as semelhanças com o que se passa na Grécia ,é outro!Os nazis,gerindo com cinismo e demagogia,aliciando uma classe média em destruição,conquistaram o poder em eleições,Hitler foi nomeado chanceler, e o resto da história já todos sabemos.A Grécia não é a Alemanha dos anos trinta do século passado,sem dúvida,se tem algum homem ou mulher providencial,um D.Sebastião,não sei,mas sei que sempre que a direita radical tomou o poder,em eleições ou ilegalmente,seguiram-se as ditaduras.Foi assim na Alemanha,na Itália,em Espanha,em Portugal,e também já foi na Grécia,não há muitos anos,com a ditadura dos coronéis.Dá ideia que os governantes actuais dos países europeus não estudaram a História,ou então sabem-na...e(alguns) gostavam que houvesse repetições!!! jotacmarques

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O OUTRO LADO DAS COISAS

Assistir ao que se passa na Grécia,ao que estão a fazer à Grécia,provoca-me uma enorme indignação,fico zangado com a colossal injustiça e ingratidão que têm para com este país,que em tempos deu ao mundo ocidental o radical da sua cultura, os seus parceiros da União Europeia.Em boa verdade,a UE já foi, a Alemanha e a França encarregaram-se de pontificar na Europa,sem que os outros estados lhe tenham encomendado o sermão,esvaziando e violando despudoradamente as mais elementares regras democráticas e de convívio entre parceiros.Mais uma vez aturamos resignados,olhamos com subserviência,para um governo alemão que quer impor os seus interesses hegemónicos políticos e financeiros ao resto da Europa,e a uma França que acredita que o seguidismo e a bajulação vão permitir partilhar os restos do festim.A França engana-se,tal qual Édouard Daladier,1ºministro francês no inicio da segunda guerra mundial,se enganou ou iludiu,ao assinar com Hitler o pacto de Munique em 1938,convencido que isso permitiria a paz.Como sabemos não foi isso o que se passou,e de certeza que a Alemanha também não vai querer partilhar desta vez o domínio da Europa.A razão central desta trapalhada em que vivemos,também radica na gula da Alemanha de Merkel,que quer ter poder hegemónico sobre a Europa,custe o que custar aos povos.Portugal comporta-se bem educado,solícito,faz o que lhe mandam e até mais,é recompensado com a condescendência do ministro alemão das finanças, em conversa sussurrada com o Gaspar,ridiculamente transmitida pelas televisões nacionais,com legendas para se perceber melhor.Batemos no fundo,nós a Grécia e vários outros,dependentes das esmolas que nos emprestam,sempre à espera de um gesto,de um sussurro trivial,qual cachorros assustados com um cãozarrão.No entanto há muitos tigres que são de papel,imaginemos um cenário que já foi menos possível,em que os países mais devedores,entravam em "default",isto é,deixavam de pagar a tempo e horas os reembolsos e os juros da dívida,os bancos alemães credores,e muitos mais pelo efeito de dominó,ficavam em situação muito crítica,em falência parte deles,o financiamento à economia alemã regredia,mais falências no sector empresarial,desemprego a aumentar,enfim,um rosário de calamidades catastróficas que poriam a Alemanha numa situação muito delicada.A Alemanha já sonhou com este pesadelo,e é por isso que,de entre outras outras razões, continua a querer manter na zona euro os países em maiores dificuldades,mas a corda da austeridade exigida está de tal maneira tensa,que pode partir em qualquer momento,precipitando a "tempestade perfeita",a começar pela Grécia,alastrar a nós,à Irlanda,Espanha,Itália,Bélgica,à própria França,e inevitavelmente ao núcleo duro do norte e centro da Europa com a Alemanha cabeça.A perspectiva "do outro lado das coisas",pode desvendar,outras opiniões haverá, que os sérios problemas da Europa contemporânea não são só dos países mais pobres,são também e se calhar mais,dos países ricos,já que quem sempre teve pouco já está habituado,mas quem vive bem há muitos anos não se sabe como reagirá ao ficar com bastante menos. jotacmarques

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Rappers...hello!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Lá vai uma nova letra para os "rappers" do nosso desgraçado destino: Heróis do mar,somos nós, somos nós, Nobre povo,somos nós,sempre nós, Nação valente e imortal,é Portugal,é Portugal, Levantai hoje de novo,contra o destino,contra à pobreza, O esplendor de Portugal,fomos grandes,somos dignos,somos gente,somos gente, Entre as brumas da memória,vamos lembrar,ter orgulho e dignidade, Ó Pátria,somos todos,sente-se a voz, Dos teus egrégios avós,Afonso Henriques,Mestre de Avis,João Segundo,Álvares,Cabral,Vasco da Gama, Que hão-de guiar-te à vitória!Contra a troika,contra a Merkel,o Sarkozy,e o Barroso, Ás armas,ás armas!Manifestação,desobediência,indignação,protestar,protestar! Sobre a terra,sobre o mar,nas cidades,nas aldeias,em toda a parte,protestar,protestar, Pela Pátria lutar,abaixo a especulação,abaixo os juros,não à ganância,não ao pacto e ao deficit, Contra os canhões marchar,marchar!Manifestação,desobediência,indignação,protestar,protestar! jotacmarques

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os "faits divers" da esquerda política

Passos Coelho chamou piegas aos portugueses!Os partidos da oposição esganiçam-se em críticas,Francisco Louçã fez mesmo um exercício teatral,quiçá ridículo,com trocadilhos carnavalescos,colando-se que nem uma lapa ao estilo do "fait divers" politiqueiro.Se Coelho chamou ou não piegas aos portugueses,pouco interessa,direi mesmo que é completamente irrelevante,diga-se de passagem que ouvida a intervenção feita pelo 1º ministro em Odivelas,sendo objectivo e contextualizando,não é liquido que ela tenha dito que nós somos piegas,só com esforço se poderá inferir a maldade das afirmações.O que é lamentável neste incidente,é que mais uma vez os partidos da esquerda,exploram à exaustão o "fait divers",as pintelhices,no dizer do Catroga,em detrimento das questões substantivas.A esquerda portuguesa ou é colaboracionista,vidé o caso do PS,ou não apresenta alternativas.De facto,não seria possível o que está a acontecer ao país,e por essa Europa fora,o desmantelamento violento e sistemático do nosso modo de vida,se as esquerdas,portuguesa e europeia,tivessem alternativas fortes e exequíveis ao desastre,e evidentemente,lutassem com unhas e dentes num movimento concertado a nível internacional.Como não têm,alinham alegremente na política da mexeriquice,inconsistente e desprezível.Os resultados eleitorais destes partidos estão à vista,perdem por toda a Europa, permitem enormes transferências de votos para as direitas,não conseguem opor-se à catástrofe das políticas de austeridade em cima de austeridade. A esquerda anda a precisar de uma nova esquerda,mais à esquerda,com outros protagonistas,refundada sobre novos valores,sem desprezo das suas inspirações históricas,e que se articule global e internacionalmente.Há que perceber e responder à falácia da inevitabilidade,ao discurso de que o futuro será paradisíaco apesar do actual empobrecimento,à lógica do nó górdio do financiamento impossível, se não fizermos o que a finança internacional quer.Para o cidadão comum,bombardeado a toda a hora com as tremendices económicas em moda,tudo isto é assustador,é um thrilher poderoso,que leva a aceitar tudo e todos,na esperança de que,apesar das mossas,o pesadelo acabe em breve.O cidadão comum já não se revê na esquerda tradicional,incapaz de defendê-lo,que não apresenta soluções para o futuro,o cidadão comum abriga-se resignado e duvidoso na maledicência ineficaz ao governo,na paralisia da acção,sem uma força capaz de organizar politicamente o seu descontentamento e a sua revolta.As greves e acções de rua que vão acontecendo,têm cada vez menos participantes,e cada vez mais críticos,sendo portanto,menos eficazes,com pouca capacidade de deter as acções impopulares do governo e muito menos de inverter a situação.A meu ver,a degradação das iniciativas de protesto, tem sido muito potenciada pelo isolamento das organizações promotoras,não existe uma conjugação internacional das acções,um entendimento, para que uma greve geral ou uma manifestação,aconteça à mesma hora e no mesmo dia,nos vários países europeus,onde o desastre esteja a ser implementado.A globalização internacional dos protestos e a conjugação das acções é decisiva,uma prioridade fundamental,o refrescamento da esquerda,com novas ideias,métodos e protagonistas,é outra prioridade fundamental. jotacmarques