Biblioteca de Oeiras 5ª feira à noite,
Diana Andringa falou de jornalismo e democracia, da correlação entre a
política e os orgãos de comunicação, dos jornalistas e da verdade, da
necessidade ou não de existirem jornalistas, da internet e da sua
capacidade de gerar o "cidadão jornalista", e de muitas outras questões
relacionadas com a comunicação social.
A referência à verdade e à objectividade na construção da notícia e do artigo de opinião foi constante, verdade que não pode dissociar-se dos olhos e da mente do protagonista-jornalista, mas que deve e tem que corresponder o mais possível ao que efectivamente se passou ou é, independentemente das emoções e dos juízos de valor do relator.
A referência à verdade e à objectividade na construção da notícia e do artigo de opinião foi constante, verdade que não pode dissociar-se dos olhos e da mente do protagonista-jornalista, mas que deve e tem que corresponder o mais possível ao que efectivamente se passou ou é, independentemente das emoções e dos juízos de valor do relator.
Das muitas causas que determinam a corrupção frequente da verdade, Diana Andringa destacou a pouca ou a ausência de reflexão sobre os factos , o que na sua opinião leva à notícia precipitada, à superficialidade e à deturpação inconsciente ou não do assunto.
É cada vez mais evidente o esvaziamento das notícias "versus" a quantidade processada e a ditadura das audiências e/ou a urgência de as dar a conhecer primeiro e sobre o momento. Em larga medida, a confirmação da autenticidade e da credibilidade das informações é duvidosa, para já não falar da sua reflexão crítica e objectiva.
Se de alguma forma assistimos ao sacríficio da qualidade da informação a favor da quantidade , o mesmo será dizer que o cidadão comum tem hoje mais informação, mas de pior qualidade.
Haverá quem defenda que é melhor para democacia que o cidadão saiba mais ainda que saiba mal, no entanto, a avaliar pela degradação das sociedades democráticas contemporâneas, a sofrerem significativos recuos civilizacionais, não tem sido a enorme quantidade informativa a impedir e a evitar o que está acontecer.
Em Portugal, a televisão, salvo poucas excepções, dedica-se empenhadamente a estupidificar as pessoas, através da proliferação de telenovelas e de reality-shows a ocuparem horários nobres, e a empobrecer a qualidade da informação com telejornais de hora e meia ou mais, com notícias irrelevantes que seguem ao segundo os "shares" de audiência. A ditadura das audiências conduz ao sensacionalismo barato e básico, pouco verdadeiro e objectivo, fornecido alegremente a uma população que se sabe pouco instruída e culta, contribuindo criminosamente para que as pessoas se eternizem no atoleiro da mediocridade cultural.
É claro que, e de acordo com Diana Andringa, este panorama tem que mudar, pela afirmação da qualidade...nem que se tenha que usar o interruptor da televisão para desligarmos a emissão e sabotar as cotas de audiência!
jotacmarques
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