quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
AS GERAÇÕES DOCES
Todos os dias acontece encontrar-me com pessoas jovens,das gerações mais recentes,no café,no transito,aos balcões dos mais variados estabelecimentos comerciais,nas clínicas,enfim, em toda a parte.Julgo que isto faz parte da vida quotidiana de todos,já ter amigos muito mais novos parece-me menos vulgar,felizmente tenho alguns.Gosto de ter amizades entre a gente mais nova,não num exercício de espanta velhice,de ser modernaço através do outro,mas porque gosto de gente,nova,velha,assim assim,não interessa,gosto sem preconceitos,ponto!
É com malta da idade dos meus filhos,vintes e trintas,que mais me dou,e é transversal uma característica em quase todos eles...a doçura!Não encontro outra palavra para exprimir esta impressão,tentei simpatia,gentileza,etc,mas não é isso,é muito mais,é como tomar duche,é reconfortante,inunda,estar com esta gente acrescenta esta sensação de bem estar,de baixa agressividade,mesmo os energúmenos das escolas,os malcriadões de serviço,os bobos da turma que atormentam os professores,fora do meio são muito diferentes,na maioria portam-se como as pessoas normais.Doce,pare-me a palavra mais adequada para estas gerações!Em contrapartida,não são capazes de se revoltar contra as iniquidades de que são vítimas,não faz parte do seu código comportamental.O desemprego neste segmento da população atinge uns impressionantes 35%,e eles nada ou pouco,resignam-se,os que trabalham recebem na generalidade ordenados merdosos,ou estão em estágios à borla,claro está que os empregadores abotoam-se às mais valias geradas,uma coisa vergonhosa,e eles os mais novos,nada,nadenques,aguentam calados que é serviço.E por aí fora,numa resignação dolorosa,numa falta de luz ao fim do túnel,que aniquila a esperança e a confiança no futuro.
Gosto muito da doçura destes putos,mas atormenta-me a sua passividade,queria que eles lutassem pela sua dignidade social,que resolvessem individualmente as suas vidas,ok,está certo,mas que fossem mais gregários para além das festas e dos copos,na defesa de uma sociedade mais equitativa e equilibrada,assumindo agora e já,atitudes mais agressivas e colectivas de indignação,de protesto.
jotacmarques
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Pois é... doces e dóceis, infelizmente.
ResponderExcluirDóceis os que se mantiverem na casinha dos pais,ou por perto - imaginemos que os pais, (ou os rendimentos dos pais) desaparecem.
ResponderExcluirOs dos trintas já têm filhos. Não conheço nenhum animal que não reaja quando vê os filhotes a morrer à fome.
O nosso governo está a fazer tudo para que esta violência contida venha ao de cima - os assaltos, o tráfico de droga, a crescente criminalidade são indícios de como o rei vai nú e eles assobiam para o lado. O pai do sr. primeiro ministro devia explicar isto ao filho. Se fosse meu filho dizia-lhe - arrepia, filho, arrepia caminho :).