sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O OUTRO LADO DAS COISAS

Assistir ao que se passa na Grécia,ao que estão a fazer à Grécia,provoca-me uma enorme indignação,fico zangado com a colossal injustiça e ingratidão que têm para com este país,que em tempos deu ao mundo ocidental o radical da sua cultura, os seus parceiros da União Europeia.Em boa verdade,a UE já foi, a Alemanha e a França encarregaram-se de pontificar na Europa,sem que os outros estados lhe tenham encomendado o sermão,esvaziando e violando despudoradamente as mais elementares regras democráticas e de convívio entre parceiros.Mais uma vez aturamos resignados,olhamos com subserviência,para um governo alemão que quer impor os seus interesses hegemónicos políticos e financeiros ao resto da Europa,e a uma França que acredita que o seguidismo e a bajulação vão permitir partilhar os restos do festim.A França engana-se,tal qual Édouard Daladier,1ºministro francês no inicio da segunda guerra mundial,se enganou ou iludiu,ao assinar com Hitler o pacto de Munique em 1938,convencido que isso permitiria a paz.Como sabemos não foi isso o que se passou,e de certeza que a Alemanha também não vai querer partilhar desta vez o domínio da Europa.A razão central desta trapalhada em que vivemos,também radica na gula da Alemanha de Merkel,que quer ter poder hegemónico sobre a Europa,custe o que custar aos povos.Portugal comporta-se bem educado,solícito,faz o que lhe mandam e até mais,é recompensado com a condescendência do ministro alemão das finanças, em conversa sussurrada com o Gaspar,ridiculamente transmitida pelas televisões nacionais,com legendas para se perceber melhor.Batemos no fundo,nós a Grécia e vários outros,dependentes das esmolas que nos emprestam,sempre à espera de um gesto,de um sussurro trivial,qual cachorros assustados com um cãozarrão.No entanto há muitos tigres que são de papel,imaginemos um cenário que já foi menos possível,em que os países mais devedores,entravam em "default",isto é,deixavam de pagar a tempo e horas os reembolsos e os juros da dívida,os bancos alemães credores,e muitos mais pelo efeito de dominó,ficavam em situação muito crítica,em falência parte deles,o financiamento à economia alemã regredia,mais falências no sector empresarial,desemprego a aumentar,enfim,um rosário de calamidades catastróficas que poriam a Alemanha numa situação muito delicada.A Alemanha já sonhou com este pesadelo,e é por isso que,de entre outras outras razões, continua a querer manter na zona euro os países em maiores dificuldades,mas a corda da austeridade exigida está de tal maneira tensa,que pode partir em qualquer momento,precipitando a "tempestade perfeita",a começar pela Grécia,alastrar a nós,à Irlanda,Espanha,Itália,Bélgica,à própria França,e inevitavelmente ao núcleo duro do norte e centro da Europa com a Alemanha cabeça.A perspectiva "do outro lado das coisas",pode desvendar,outras opiniões haverá, que os sérios problemas da Europa contemporânea não são só dos países mais pobres,são também e se calhar mais,dos países ricos,já que quem sempre teve pouco já está habituado,mas quem vive bem há muitos anos não se sabe como reagirá ao ficar com bastante menos. jotacmarques

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