quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os "faits divers" da esquerda política

Passos Coelho chamou piegas aos portugueses!Os partidos da oposição esganiçam-se em críticas,Francisco Louçã fez mesmo um exercício teatral,quiçá ridículo,com trocadilhos carnavalescos,colando-se que nem uma lapa ao estilo do "fait divers" politiqueiro.Se Coelho chamou ou não piegas aos portugueses,pouco interessa,direi mesmo que é completamente irrelevante,diga-se de passagem que ouvida a intervenção feita pelo 1º ministro em Odivelas,sendo objectivo e contextualizando,não é liquido que ela tenha dito que nós somos piegas,só com esforço se poderá inferir a maldade das afirmações.O que é lamentável neste incidente,é que mais uma vez os partidos da esquerda,exploram à exaustão o "fait divers",as pintelhices,no dizer do Catroga,em detrimento das questões substantivas.A esquerda portuguesa ou é colaboracionista,vidé o caso do PS,ou não apresenta alternativas.De facto,não seria possível o que está a acontecer ao país,e por essa Europa fora,o desmantelamento violento e sistemático do nosso modo de vida,se as esquerdas,portuguesa e europeia,tivessem alternativas fortes e exequíveis ao desastre,e evidentemente,lutassem com unhas e dentes num movimento concertado a nível internacional.Como não têm,alinham alegremente na política da mexeriquice,inconsistente e desprezível.Os resultados eleitorais destes partidos estão à vista,perdem por toda a Europa, permitem enormes transferências de votos para as direitas,não conseguem opor-se à catástrofe das políticas de austeridade em cima de austeridade. A esquerda anda a precisar de uma nova esquerda,mais à esquerda,com outros protagonistas,refundada sobre novos valores,sem desprezo das suas inspirações históricas,e que se articule global e internacionalmente.Há que perceber e responder à falácia da inevitabilidade,ao discurso de que o futuro será paradisíaco apesar do actual empobrecimento,à lógica do nó górdio do financiamento impossível, se não fizermos o que a finança internacional quer.Para o cidadão comum,bombardeado a toda a hora com as tremendices económicas em moda,tudo isto é assustador,é um thrilher poderoso,que leva a aceitar tudo e todos,na esperança de que,apesar das mossas,o pesadelo acabe em breve.O cidadão comum já não se revê na esquerda tradicional,incapaz de defendê-lo,que não apresenta soluções para o futuro,o cidadão comum abriga-se resignado e duvidoso na maledicência ineficaz ao governo,na paralisia da acção,sem uma força capaz de organizar politicamente o seu descontentamento e a sua revolta.As greves e acções de rua que vão acontecendo,têm cada vez menos participantes,e cada vez mais críticos,sendo portanto,menos eficazes,com pouca capacidade de deter as acções impopulares do governo e muito menos de inverter a situação.A meu ver,a degradação das iniciativas de protesto, tem sido muito potenciada pelo isolamento das organizações promotoras,não existe uma conjugação internacional das acções,um entendimento, para que uma greve geral ou uma manifestação,aconteça à mesma hora e no mesmo dia,nos vários países europeus,onde o desastre esteja a ser implementado.A globalização internacional dos protestos e a conjugação das acções é decisiva,uma prioridade fundamental,o refrescamento da esquerda,com novas ideias,métodos e protagonistas,é outra prioridade fundamental. jotacmarques

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