segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O discurso do nada

Vi e ouvi a recente entrevista feita ao 1ºministro, uma soma de repetições, de frases velhas e estafadas, de teimosias de ignorante, que ignoram  o sentido criativo de governar. Da última vez para esta, não se acrescentou um parágrafo, uma frase , um simples ponto ou virgula ao discurso. O vazio tomou conta de Passos Coelho, que persiste na caminhada fatal, para ele e trágicamente  para nós. É como se  um  tremendo cataclismo se tenha abatido sobre nós e que no final  nada reste.

No mesmo ou noutro dia, o ministro da segurança social esforçava-se afincadamente em justificar a necessidade de reformar o sector. Fechei os olhos, dispus-me a ouvir atentamente, na esperança de identificar uma ideia, uma simples ideia criativa, que contribuísse para o ajustamento  que também eu acho  necessário fazer, o resultado foi desolador. Foi mais uma vez o nada.

Ministros, secretários de estado, deputados, políticos em geral, falam, refalam, trifalam, falarão até ao insuportável, mas produzem mais do mesmo, os da situação e os que se lhes opõem,  nada de novo.

O país paralisou, cristalizou nas posições do governo e da oposição, e a capacidade de  inovar e de criar  teorias, políticas, sociais e económicas para ultrapassar a crise é anémica.

Greves, manifestações, outras milhentas formas de protesto, são absolutamente necessárias, mas só por si não bastam.O aparecimento de novas fórmulas alternativas e viáveis a curto prazo, que se oponham às teorias do governo, é imprescíndivel, já e em força.

De outro modo, a continuar-se na astenia paralisante do discurso do nada do governo versus oposição, tipo os cães ladram mas a caravana passa, vamos morrer a breve trecho, como nação e como país.

jotacmarques 

 

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