sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Há dias em que

Há dias em que sem razão aparente me dá para meditar sobre o Homem e a sua relação com os demais universos,melhor dito, com os outros seres vivos,animais e plantas.É um acto de higiene mental e profilático,recentrar o problema da natureza humana tomada individualmente e em grupo.Será um cliché,mas ainda assim uma questão eternamente em aberto.Aconteceu-me pensar nisto, por causa de um debate sobre o ensino superior em Portugal, e de um programa do National Geographic,ambos passados na RTP1.Este último, tratava da vida de bichos capazes de feitos impressionantes para adaptação ao meio,nomeadamente uma aranha minúscula, capaz de se deslocar em queda livre,em distâncias superiores em cem vezes o seu tamanho.Caía super velozmente sobre presas colocadas em folhas inferiores,a grande distância,e aniquilava-as em menos de um ai.Uma máquina impressionante de perfeição e eficácia.No entanto pertence a um grupo de animais que é muito mal querido pelas pessoas,no essencial por causa de um imaginário mítico-popular desfavorável, e talvez,por caber no padrão estético do horroroso.Quando aparecem,quase toda a gente se empenha em assassiná-las sem piedade.No debate sobre o ensino superior,falou-se muito de investigação científica e de cientistas,jovens e velhos que se dedicam a perceber o que nos rodeia,a criar forma de nos tornar a vida mais fácil.Esta gente partilha os seus "skills",nomeadamente a sua inteligência e tenacidade,com o Mundo,numa dádiva de generosidade impagável.É curioso como nos dois casos,um que avilta a perfeição,outro que a persegue,emerge a contradição que somos.Nesta contradição que se desloca entre " o preto e o branco,nas cem variedades de cinzento" reside a essência da natureza humana, e portanto e porque é imperfeita,também a relação com as demais realidades existentes o é.Claro que esta conclusão vale o que vale,provavelmente pouco,mas nem por isso a deixo de partilhar...porque me ocorreu hoje.

jotacmarques

2 comentários:

  1. Chinfrim já disse. Gostei da prosa.

    Muitas vezes penso que não somos mais que animais. Saltamos como a aranha. Será talvez da natureza humana perseguir a perfeição , de salto em salto , sem jamais a encontrar.Quem sabe?

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