Correm tempos conturbados, já todos sabemos, mas não estou certo de que a maioria da população portuguesa e europeia se dê conta da magnitude das más consequências que se desenham no curto e médio prazo, se não houver um alteração radical nas políticas de Bruxelas e dos estados mais poderosos da União Europeia.
A indignação despertada no países do Sul da Europa, originada pela brutal queda das condições de vida , rápidamente passará a revolta, se a Alemanha e aliados continuarem a pressionar os ajustamentos financeiros com base em draconianas medidas de austeridade e na desvalorização do trabalho. Na Grécia e em Espanha há casos evidentes de acções de revolta, com confrontos e destruição de património pertencente a entidades que simbolizam o poder financeiro que esteve na origem da actual crise.
O agravamento do sentimento de revolta, a acontecer, como tudo parece indicar face à intransigência com a austeridade, prenuncia acontecimentos cada vez mais duros por parte dos descontentes. Sem catastrofismo, é de esperar que as manifestações populares descambem em violência e confrontos, numa escalada pré-insurrecional .
Por outro lado, em Espanha , mais concretamente na Catalunha, há sintomas muito fortes que põem em causa a unidade territorial e política do país vinda do sec. XV. A acontecer o "referendum" que o Governo Autónomo pretende fazer, e sendo muito possível que os catalães se pronunciem pela separação de Espanha, a questão alastrará imediatamente a outras autonomias. A Galiza seria a próxima, já que do País Basco nem é preciso falar. O perigo da Espanha acabar como país tal como actualmente conhecemos, é muito real e poderá estar na ordem do dia.
A Itália, país resultante de unificações sangrentas e formado no sec.XIX, é enquanto Estado Europeu uno, relativamente jovem, e as pulsões regionais , resultantes da História das antigas potências que actualmente compõem o país, somadas aos interesses actuais dessas regiões, também constituem terreno fértil para separatismos. É conhecida a tentação do Norte rico com sede em Milão para se destacar do resto do país bastante mais pobre.
Se quisermos ir mais longe, também se poderia falar da Bélgica, dividida entre Valões e Flamengos, que se odeiam fraternalmente.
Estas questões do separatismo, algumas antigas e adormecidas, outras porventura mais efervescentes, estão a ser repescadas devido à situação caótica que tem origem na crise, mas muito fundamentalmente devido à receitas desastrosas do ajustamento financeiro e orçamental, que aprofundam as diferenças entre regiões ricas e pobres, e levam à quebra de solidariedade por parte das primeiras, na vã esperança de se salvarem do desastre.
A concretização de separatismos, com a proliferação de pequenos países cada um com interesses próprios, porventura inconciliáveis, levará no estado actual da Europa à desagregação da União, com um rol de consequências imprevisíveis, donde não se pode excluir a guerra.
Estas evidências, para quem se preocupa com o que se passa na actualidade, parecem não preocupar a maior parte dos governantes europeus, que continuam teimosos nos seus modelos económico-financeiros ruinosos e de consequências inquietantes.
O governo português assobia para o lado e quer fazer crer que as manifestações populares não o incomodam. Num exercício de autismo grave, continua a seguir submisso a chanceler alemã, que sem disparar um tiro vai conseguindo o que Hitler não conseguiu com guerra, submeter a Europa.
Aos autistas procura-se o estabelecimento de relações com o real, ao governo autista idem, mas neste caso as técnicas psico-terapeuticas são outras, são as movimentações populares na rua, de protesto e de indignação, até que não lhe seja mais suportável e se demita.
jotacmarques
Estas evidências, para quem se preocupa com o que se passa na actualidade, parecem não preocupar a maior parte dos governantes europeus, que continuam teimosos nos seus modelos económico-financeiros ruinosos e de consequências inquietantes.
O governo português assobia para o lado e quer fazer crer que as manifestações populares não o incomodam. Num exercício de autismo grave, continua a seguir submisso a chanceler alemã, que sem disparar um tiro vai conseguindo o que Hitler não conseguiu com guerra, submeter a Europa.
Aos autistas procura-se o estabelecimento de relações com o real, ao governo autista idem, mas neste caso as técnicas psico-terapeuticas são outras, são as movimentações populares na rua, de protesto e de indignação, até que não lhe seja mais suportável e se demita.
jotacmarques
Preocupante. A Europa e o Mundo...
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