sexta-feira, 30 de março de 2012

BPN A COINCIDÊNCIA PERFEITA

Hoje,finalmente,é concluída a venda do BPN aos angolanos,anuncia-se nos noticiários. Após diversos acidentes de percurso,o negócio que chegou a estar em causa,devido a dúvidas suscitadas pela Comissão Europeia,recebeu há dias o "agreement" para se concluir,prevalecendo a  lógica de que tudo está bem,quando acaba bem.Só que,para nós povo pagante de impostos selvagens,nada esteve bem,nem acabou bem.O BPN,na eminência de falir, foi nacionalizado em 2008,devido ao receio que se instalou,de que a banca nacional  viesse a sofrer  uma crise sistémica de falências.Ao tempo,e perante as circunstâncias nacionais e internacionais,a solução parecia a mais correcta,a situação do banco e da banca nacional,ficava mais controlada,impedia-se o pânico nos depositantes,e a prazo quando o banco fosse desnacionalizado,o Estado recuperava o dinheiro investido,talvez até tivesse mais valias,o banco continuava no mercado,os postos de trabalho mantinham-se.Aconteceu porém,que na sindicância feita posteriormente,os "buracos"detectados nas contas eram de uma magnitude catastrófica,de tal modo que,de lá para cá,o Estado Português teve que meter no banco cerca de 5 mil milhões de euros,diz-se,para agora,finalmente o vender aos angolanos, por uns míseros 40 milhões.O acordo com a "troika" impunha a privatização do banco em prazo apertado,é certo,nem podia ser diferente,já que é de todo intolerável na lógica neo-liberal que um banco nacionalizado continue na propriedade pública,mas o que ressalva para todos nós povo ,é que quem vende por 40 o que lhe custou 5000,ou é parvo ou incompetente.Entretanto,convém identificar os protagonistas de toda esta embrulhada,cada um tirará as ilações que entender,  começando pelo representante dos compradores angolanos, a estrela é Mira Amaral ,várias vezes ministro dos governos de Cavaco Silva,passando por Dias Loureiro também ex ministro de Cavaco e conselheiro de estado,e acabando em Oliveira e Silva ex secretário de estado do governo do mesmo Cavaco Silva,que por sua vez obteve um lucro de 140% com a venda ao BPN das acções que detinha do mesmo BPN,deparamos com uma constelação de amigos e colaboradores políticos do actual presidente da republica,todos eles da área do PSD,numa infeliz coincidência de protagonismo, num dos piores negócio de sempre do estado português. Resta referir,mais dois actores da tragédia,desta vez da esfera do PS,Vítor Constâncio,anos a fio governador do Banco de Portugal,que não identificou problemas de maior no BPN,e Teixeira dos Santos,ministro das finanças do último governo de Sócrates,que efectuou à nacionalização do banco e negociou o acordo com a "troika",onde se determinava a desnacionalização do BPN.A incompetência do primeiro,foi recompensada com o lugar de vice-presidente do Banco Central Europeu,o servilismo do segundo, ia sendo premiado com um lugar de administração na PT,o que só não aconteceu porque à última da hora acharam que era capaz de ser demais nomear um administrador indicado pela CGD,o banco público que tinha sido tutelado,enquanto ministro,pelo proposto.
De todo este "polvo",há muito mais gente envolvida,só o Oliveira e Costa  é que esteve preso,e entretanto ainda não houve qualquer julgamento.Conclusões,não tiro nenhumas,apenas registo a falta de transparência deste imbróglio e  a coincidência de protagonismo de uma data de gente do "arco do poder",numa promiscuidade descarada dos negócios privados  com quem exerceu ou exerce funções de estado.

jotacmarques 

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