Na Idade Média desenvolveram-se os municípios, chamados de povoações livres, livres da suserania ao rei, à nobreza e ao clero. O governo das instituições municipais era entregue a uma assembleia de cidadãos eleitos directamente de entre a população do concelho, denominados de Homens-Bons. Eram naturalmente pessoas reconhecidas e respeitadas pelos seu carácter honesto e justo, moral e éticamente de elevado nível. Atribui-se aos municípios um importante papel no desenvolvimento do país nesse período, retomado no pós 25 de Abril, como pacificamente é reconhecido.
Num texto recente escrito no blog Chinfrineira Infernal e hoje numa crónica radiofónica de Bagão Félix, falou-se do imperativo incontornável da ética e da moral estarem sempre presentes nas relações entre a pessoa e os seus semelhantes, entre o indivíduo e a sociedade.
Lembro-me de conversas antigas em que eu e um amigo considerávamos a necessidade de introduzir a ética nas relações comerciais entre países ricos e países pobres, por dever ser assim e porque de outra maneira alguma coisa iria estoirar no futuro. Actualmente olho para o que se passa no Médio Oriente e penso nessas conversas, observo os movimentos e os seguidores do fundamentalismo islâmicos e não posso deixar de considerar que alguma coisa terão a ver com o abusos dos ricos sobre os pobres.
A dominante no mundo actual é a ética do dinheiro e da maximização do lucro, sem olhar a meios para justificar os fins. Os papas desta filosofia nunca alcançaram a satisfação e em última análise ou serão destruídos ou se auto destruirão, infere-se da visão de David Cronenberg no filme Cosmopolis. Partilho dessa leitura, mas a realidade do entretanto pode sacrificar gerações, como de resto está a acontecer.
Para quem "no entretanto" se preocupa consigo e com os outros, para quem não está contaminado pela doença do "ter" militante e paranóico, é preciso que descubramos o homem-bom que acredito existir em cada um.O critério é pessoal, mas deverá conter os eternos códigos da ética e da moral.
Ou corremos o risco de nos acontecer em casa o que se passa noutras partes do Mundo, caso do Médio Oriente e/ou de virmos a ser manipulados por fanáticos laicos ou religiosos.
jotacmarques
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